segunda-feira, 1 de junho de 2009

O BLOG DA HISTÓRIA DA BÍBLIA SAGRADA

Sinopse

A BÍBLIA é o livro mais vendido no mundo e a sua história ainda não tem uma bibliografia consistente. Dados da sociedade Bíblica dão conta que a vendagem desse livro ultrapassa a cifra de 25 milhões de livros vendidos. Uma marca que dificilmente será atingido por outro livro. Apesar dessa importância mesmo na internet encontramos informações confiáveis acerca da história do livro sagrado mais lido, mais vendido, mais importante da humanidade.
Vamos fazer um resumo básico, usando como bibliografia a própria Bíblia Sagrada em suas múltiplas versões. O primeiro fragmento bíblico foi o decálogo, um conjunto de dez palavras que formavam um código, basicamente uma constituição, mais comumente denominado de dez mandamentos. Israel iria se tornar um país por ordem do próprio Deus. Sendo Deus o próprio autor desse país, não cometeria o erro de faltar com uma constituição.
O Decálogo foi uma constituição tão perfeita que até hoje os países seguem esse exemplo: um código básico, superenxuto, como deve ser toda espinha dorsal legislatória de um país. A criação do Estado de Israel, teve sua bibliografia legislativa superorganizada. A Bíblia é o livro da História de Israel. Ao contrário que muitos pensam Deus deu para Moisés no Monte Horebe, e não no Monte Sinai, duas tábuas contendo uma constituição, também chamada de dez mandamentos, por várias vezes chamado de Livro da Aliança ou Livro do Pacto. O Livro da Aliança, o Livro do Pacto, o Livro das Guerras do Senhor e o Livros das Leis, especialmente esse, eram os livros sagrados do povo do povo de Israel, o povo do deserto.

Não confundam esses livros sagrados com os livros do Pentateuco. Esses são os livros de História do povo de Israel, que nós hoje os temos por sagrados. Os livros do Pentateuco, são livros históricos que falam dos livros sagrados do povo de Israel e contém alguns fragmentos das leis, do estatuto e dos juízos de Deus.
Deus deu para Moisés o estatuto e as leis, nada mais, nada menos que códigos legislatórios que fariam o papel de leis complementares ao decálogo, funcionando como espécie de código civil. Mesmo assim, Moisés desceu do Monte Horebe num lugar chamado Sinai, apenas com duas tábuas debaixo do braço. Provavelmente os estatutos e a lei foram escritos bem mais tarde. A lei e os estatutos ficaram na memória de Moisés, para ser escrito tempos depois no Monte Ebal, hoje na cidade de Nablus na Cisjordânia.
Seria essa a famosa Torá oral dos judeus? O Livro das Leis, esse mesmo, além de escrito bem depois e bem longe da Península do Sinai, no Ebal, é o mais sagrado dos livros. Também chamado de livro de Moisés ou livro das Leis de Moisés e teve que ser escrito a cal. Essa fase da Bíblia chama-se litófila, por se encontrar ainda escrita em superfícies de pedra. A pedra foi a superfície mais antiga que o homem procurou para escrever, e foi bastante duradoura, considerando que no Brasil, até nos anos 50, do século passado alunos da rede escolar usavam a lousa de pedra como caderno.

A Bíblia tinha que ser escrita em pedra, era a única superfície conhecida. Deus Não poderia dar a Moisés um livro de papel, ou uma Bíblia em CD ROM. Deus não lhe daria uma Bíblia online. Ele o fez no material que o povo conhecia. Tinha que ser escrita em pedra porque tinha que ter caráter definitivo, tinha que durar por gerações e gerações. Outro material que foi o mais usado de todos os tempos foi o barro. Escrever no barro era literalmente uma moleza, porém os livros sagrados não podiam ser escritos nesse material, uma vez que ele contém impurezas tais como fezes e urina de toda sorte de ser vivente.

Não há registro do livro sagrado em ostracas (barro). Muito embora Josué escreveu um livro rapidamente, registrando uma incursão israelita. Provavelmente escreveu num ostracon. Não foi um livro sagrado, ordenado por Deus, foi apenas um registro histórico de uma incursão que fez, por isso provavelmente escreveu em tábuas de barro. Esse material, posteriormente chamado ostracon ou ostraca, foi usado por muitos e muitos anos, porém para livros laicos e pequenos documentos.

Existem outras fases na escrita, como a fase dos metais. Há referências embora muito pequenas de que fragmentos bíblicos foram escritos em diversos metais entre os quais o chumbo, bronze e ouro. No êxodo há referência de inscrições em ouro; Jó escreve em chumbo e os macabeus escreveram em placas de bronze. Há referência desses materiais na própria Bíblia sagrada. O papiro foi o primeiro dos materiais flexíveis a ser usado. No livro deuterocanônico de Tobias, que você só o encontrará na Bíblia Católica, lê-se que ele casou de papiro passado com Sara, num cartório local. Depois veio o pergaminho. O Apóstolo Paulo percebe a diferença: Diz ele "traga-me os livros e os pergaminhos" .

Que livros, Paulo se refere? Os laicos evidentemente, e os pergaminhos os livros sagrados, os salmos, a torá, enfim. A Bíblia Sagrada fala muito que em textos escritos em tábuas, mas que provavelmente não são literalmente tábuas de madeira e sim de argila ou pedra. A tábua de madeira também não poderia receber o texto do livro sagrado, uma vez que apodrece e o cupim come. Zacarias escreveu o nome do filho provavelmente numa tabuinha de madeira, por se tratar de uma inscrição rápida e não um livro sagrado, ordenado por Deus. Como se fazia então para escrever em tábuas de pedra, sendo que o texto desses livros eram muito grandes, e há referências bíblicas que andavam de um lado para o outro com esses livros.

Não era pequeno o livro, haja vista que o escriba Esdras levou sete dias lendo ao povo, da manhã até o meio-dia. Os antigos escribas faziam uso da escrita consonantal, que eliminava vogais, preposições, espaços, pontuações e tudo mais que poupasse espaço. Isso não é novidade, quem não se lembra do bug do milênio, quando fazíamos de tudo para economizar espaço em computador. Por isso, várias traduções, especialmente a tradução Católica da Ave Maria, dizem que os dez mandamentos eram apenas dez palavras. O Livro da Aliança, não era tão grande pois cabia dentro da Arca da Aliança, que media aproximadamente um metro e trinta centímetros. A Bíblia Sagrada diz que eram folhas de ardósias fatiadas em lâminas de mais ou menos um centímetro de espessura.

Se tinham de ser escritos em pedra – e de forma esculpida, para dar-lhe caráter definitivo - por que o Livro das Leis, (literalmente torah) escrito no Monte Ebal (Dt 27:2-8), não podia ser gravado na pedra com o uso de instrumentos cortantes? Por que teve de ser escrito em cal, um material extremamente corruptível? Simplesmente para que o povo mantivesse as leis na memória que era a melhor das superfícies para se gravar as leis divinas.
Sabemos que os judeus usam uma Torá escrita e uma Torá oral (mishna). Provavelmente a História da Torá oral tem aí sua origem.

Sabe-se que Moisés recebeu de Deus, no Horebe, e não Sinai, duas tábuas contendo dez mandamentos, os estatutos e as leis (Êx 24:12). Qual a diferença entre mandamentos, juízos, preceitos, estatuto e lei, repetidas vezes citadas na Bíblia? Afinal, que diferenças poderia haver entre o Livro do Pacto ou Livro da Aliança, recebido no Horebe do Sinai, para o das Leis, escrito no Monte Ebal tempos depois e muitos quilômetros adiante? Se a lei foi dada a Moisés, que leis a Bíblia diz que Abraão obedecia? (Gn 26:5) Que leis eram aquelas que Moisés comentou com seu sogro Jetro que ensinava o povo, antes de receber as tábuas no monte? (Êx 18:16)

Enfim, essas e outras centenas de informações no Livro a História da Bíblia publicado esse ano pela Editora Marca da Promessa, de autoria do escritor, historiador. Isaque de Borba Corrêa em parceria com o pastor e teólogo Mozailton dos Santos. Nesse precioso livro de cunho puramente teológico, você acompanhará toda a trajetória textual, todas os materiais, todas as versões bíblicas, toda a história por que passou a Bíblia, desde o Decálogo, passando pela Septuaginta, Vulgata, tradução de João Ferreira de Almeida para a língua portuguesa.
A bibliografia consultada foi unicamente as versões Bíblicas, em especial a tradução Católica da Ave Maria, e Bíblia Evangélica tradução de João Ferreira de Almeida – revista e corrigida e atualizada. Foram usadas diversas versões, em especial versões eletrônicas BOL – Bíblia online com suas múltiplas versões.
O livro História da Bíblia é um livro suprerreligioso e totalmente isento de tendências religiosas.
Extremamente útil para pregadores da palavra (padres, pastores) teólogos, estudantes de teologia e leitores da Bíblia de um modo geral.